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segunda-feira, 14 de março de 2011

Arte e expressão - por Gordon Graham

Temos de reconhecer que, de fato, muitas obras de arte suscitam emoção e isto parece ser um dos modos pelos quais a arte pode proporcionar prazer ao público. Talvez seja este facto que sustenta a crença mais generalizada no romantismo e no expressivismo. Mas o expressivismo afirma mais, nomeadamente, que o conteúdo da arte é emoção. Uma série de problemas coloca-se perante esta afirmação. Primeiro, é difícil localizar a expressão de emoção numa descrição relevante e plausível da relação entre artista, trabalho e audiência. Segundo, a ênfase na emoção do artista priva a actividade artística do que a devia tornar especial, designadamente a imaginação. Terceiro, não há nada valioso na expressão ou no despertar da emoção por si só. Collingwood oferece-nos uma versão mais sofisticada do expressivismo que tem o mérito de evitar o que podemos chamar "psicologismo" e que demonstra ser uma explicação tão boa do valor da arte quanto se pode desejar. Mas, investigando mais, vemos que estas vantagens são ganhas através de um abandono efectivo do essencial no expressivismo. Se seguirmos a teoria de Collingwood até à sua conclusão lógica, acabamos com uma descrição da arte como modo distinto de entendimento da experiência humana.

 Filosofia das Artes: Introdução à Estética, Edições 70, Lisboa, 2001, pp. 67-68


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